Roger Scrutton e Robert Florczak: por que eles são contra a Arte Moderna?
Seria melhor dizer que eles são a favor da ideia da Beleza na Arte.
E se alguém é a favor de algo, deduz-se daí que rejeitam o que é o seu contrário.
No caso, ambos identificam a Arte Moderna (ou seja, a Arte feita a partir do fim do impressionismo – mais ou menos a partir de 1890) e Contemporânea (a Arte produzida a partir de 1960, mais ou menos) como Arte sem compromisso com a Beleza. Inclusive, os artistas dessas “correntes” na maior parte das vezes negam a beleza e perseguem o seu oposto e variantes: o feio, o chocante, o inusitado.
Scruton é professor universitário e um dos maiores filósofos e estetas da atualidade. Robert Florczak é um artista “neoacadêmico”. Eles não aderem prontamente nem à incompreensão popular quanto à Arte feita hoje (como são acusados Ferreira Gullar e Affonso Romano de Sant´anna, dois pensadores brasileiros, e não por acaso, dois poetas, que questionam o status da Arte Moderna e Contemporânea e por isso são malhados como retrógrados), o caso é que nenhum dos dois chegou a abandonar a hoje considerada “estética antiga”, clássica, com sólidos fundamentos em Platão e Aristóteles, além de intelectuais do Renascimento como Marsílio Ficino.
Os valores dessa estética “antiga” que ambos adotam são baseados no Bem, na Verdade e na Beleza. Por isso Florczak fala na Arte clássica como Arte que “eleva, inspira, e causa instropecção”. Todas estas virtudes que têm a ver com a busca das virtudes que um amante da verdade deve assumir, da qual fala Platão.
Outro aspecto é que a Arte clássica tem como um de seus alvos representar mimeticamente (sem que isso seja um programa técnico), de alguma forma, a realidade – seja somente a visível, a possível, a verossímil. Por isso os artistas dessa linha retratavam cenas que “não existem”, mas que poderiam existir – como cenas mitológicas, bíblicas ou literárias. Não por acaso, os artistas “neoacadêmicos” têm Rembrandt, Michelangelo e outros artistas “clássicos” como referências, ainda hoje.
Se a Arte Moderna recusa-se a seguir estes valores – Beleza, Bem, Verdade – é porque toda arte reflete o mundo de sua época. Culpemos a nossa época ou nosso mundo se não gostamos da Arte produzida a partir dele.
Se é possível mudarmos o mundo retornando à estética ou à Arte antiga, essa é outra questão – que os artistas, se quiserem, poderão responder com sua atuação.
Roger Vernon Scruton é filósofo e escritor, inglês, cuja especialidade é a Estética. Scruton é uma das figuras mais marcantes do conservadorismo Britânico do séc. XX. Durante a Guerra Fria, criou várias universidades clandestinas em países do Leste Europeu.
Robert Florczak é artista plástico e ilustrador norte-americano.
É engraçado ver discussão acerca da definição de beleza e como ela se conecta a verdade e o feio não. Acredito que a arte moderna e contemporânea muda os conceitos de representação do objeto, a transmitindo não só pela imagem, mas pela sensação que a interpretação da imagem gera, quando estamos falando em arte para se olhar, obviamente. Então, todos tem a sua beleza a partir do momento que alguém ou mesmo seu criador a admira e se inspira nela para apresentá-la ao público. Pelo menos é assim, eu uma leiga que gosta de observar e brincar com a minha forma de ver o trabalho do outro a partir da minha própria visão, assim, uma mesma obra nunca será a mesma para ninguém.
Qualquer pessoa não IDIOTADA verá que Scrutton e Florczak estáo corretos em seus pensamentos. Existe um Conceito absoluto de Verdade, bem e beleza quanto mais relativizado forem esses conceitos menos haverá arte, por que será um conjunto de coisas que ninguém desejará PERDER TEMPO observando PORCARIAS. E os Locais em que elas estão abrigadas mesmo que o acesso seja sem pagamento FALTARÁ INTERESSE na visitação.