O desdém pela Arte e pela Cultura
Reproduzo o artigo de Saulo Mileti sobre o desdém, o desprezo, dos brasileiros quanto à Arte e Cultura. Para apimentar mais um pouco a discussão, acrescento o meu comentário:
A falta de interesse dos brasileiros por cultura resume-se num gesto simples: o fulano reclama que um livro de R$60 é caro, e por isso não lê; que não vai à ópera porque um ingresso custa R$100; não vai ao teatro porque o ingresso é R$80; mas paga R$150 de um ingresso de pagode; R$60 de um ingresso de futebol (na arquibancada, sem cobertura nenhuma); quando é ingresso para jogo da seleção brasileira, o valor chega a R$600; o ingresso para Fórmula 1, no Grande Prêmio de Interlagos, em novembro de 2015, tem preço mínimo de R$262 e chega a mais de R$2.630 em seu valor máximo.
Ou seja, pagode, futebol e Fórmula 1 são muito mais importantes do que os livros, concertos de orquestra sinfônica, exposições de arte, e outros itens “eruditos” na vida do brasileiro.
O DESDÉM PELA ARTE, por Saulo Mileti
reproduzido do site Osmozzy
Enquanto passeava pela internet, dei de cara com um tweet do meu colega Daniel Bayer: uma nota que viu na Globo News.
Embora ele tenha brincado (boa piada, aliás) esse assunto é sério e bem delicado. Muitos dizem que estamos em um país repleto de artistas. Será? Então como é possível esse desdém tão grande pela veia cultural? O Museu do Ipiranga, por exemplo, fechou em agosto de 2013: à beira da falência muitos dizem. Mas logo mudaram a nota, informando que seria apenas para uma reforma estrutural, com previsão de término em (não ria) 2022. Sim: uma reforminha de 9 anos.
Também não é difícil encontrar o MASP vazio. Tanto é que não faltam ações super bacanas para incentivar as visitas ao acervo. Mas parece que o brasileiro-médio simplesmente não liga pra isso.
NEM DE GRAÇA?
E o que me chama ainda mais a atenção é reparar que, no geral, protestos só acontecem por aqui quando a coisa dói no bolso. Se o Brasil cai no ranking da educação (como aconteceu recentemente), não dá em nada. Mas se envolve grana e significa menos dinheiro para a população, se segura.
Somos bons na coisa da arte e temos músicos, pintores, coreógrafos e dramaturgos que além de admirados pelos entendidos, também são sempre apontados como referências mundiais. No entanto, pra se dar bem, só entrando no esqueminha comercial. Que agrade aos barões dessa indústria – seja com talento ou não. Vou além: isso piora ainda mais se você considerar que a maior parte dos 19,4% que frequentam shows consomem o que tem de pior por aí.
E se você espera uma resposta, surpresa: eu não tenho. Meu artigo é somente para gerar ainda mais indignação, questionamentos e dúvidas. Pois já desisti de entender porque as artes – tão fundamentais para o desenvolvimento cultural, social e intelectual de um ser humano – são tão banalizadas e desdenhadas pela nossa sociedade.
Me ajude a entender.
Olá aqui é a Madalena Dos Santos, eu gostei muito do seu artigo seu conteúdo vem me ajudando bastante, muito obrigada.